O homem é o conjunto dos seus atos | Por Jean-Paul Sartre




Jean-Paul Charles Aymard Sartre foi um filósofo, escritor e crítico francês, conhecido como representante do existencialismo.

 

Em seu livro "O existencialismo é um humanismo" defendeu a ideia de que "O homem nada mais é que o conjunto dos seus atos, nada mais que a sua vida.".

 

Leia um trecho abaixo:

 

“O homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo: é esse o primeiro princípio do existencialismo. É também a isso que chamamos de subjetividade: a subjetividade de que nos acusam. Porém, nada mais queremos dizer senão que a dignidade do homem é mais do que a da pedra ou da mesa. Pois queremos dizer que o homem, antes de mais nada, existe, ou seja, o homem é antes de mais nada, aquilo que se projeta num futuro, e que tem consciência de estar se projetando no futuro. De início, o homem é um projeto que se vive a si mesmo subjetivamente ao invés de musgo, podridão ou couve-flor; nada existe antes desse projeto; não há nenhuma inteligibilidade no céu, e o homem será apenas o que ele projetou ser. Não o que ele quis ser, pois entendemos vulgarmente o querer como uma decisão consciente que, para quase todos nós, é posterior àquilo que fizemos de nós mesmos. Eu quero aderir a um partido, escrever um livro, casar-me, tudo isso são manifestações de uma escolha mais original, mais espontânea do que aquilo a que chamamos de vontade. Porém, se realmente a existência precede a essência, o homem é responsável pelo que é. Desse modo, o primeiro passo do existencialismo é o de pôr o homem na posse do que ele é, de submetê-lo à responsabilidade total de sua existência.” 

 

SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. In: SARTRE. Tradução de Vergílio Ferreira. São Paulo: Abril Cultural, 1973. 

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