Aristóteles |
Por
Vânderson Domingues*
Aristóteles
(384 a.C. — Atenas, 322 a.C.) foi um filósofo grego aluno de Platão e professor
de Alexandre, o Grande. É considerado um dos maiores e mais influentes
filósofos da história e um dos fundadores da filosofia ocidental. Em sua obra
encontramos colaborações para o desenvolvimento de muitos saberes, como a
metafísica, a psicologia, a ética, a retórica, as artes, política e ciências
naturais (campo onde é considerado fundador da zoologia).
Como
aluno de Platão, Aristóteles discordava do fundamento principal da filosofia de
seu mestre. Enquanto Platão concebia dois mundos existentes, ou seja, o
sensível que poderia ser percebido pelos sentidos e um mundo inteligível (ou
mundo das ideias), Aristóteles direcionava sua compreensão para a existência do
mundo em que vivemos e acreditava no poder da experiência como forma de
conhecer através da observação e dos cinco sentidos.
Nesse
sentido, Aristóteles desenvolveu o maior sistema de conhecimento de sua época,
que constitui a primeira enciclopédia da história ocidental. Deu origem ao
estudo da lógica formal, a uma metafísica própria (metafísica aristotélica), a
concepção do Primeiro Motor e a dialética Aristotélica, o ato e a potência.
Ao que tange a lógica aristotélica e a busca pelas causas, esta somou a muitos ramos da filosofia e a ciência. É considerado o maior desenvolvimento de teoria lógica até o século XIX e, apesar de muitas ideias estarem superadas, a abordagem racional continua a ser relevante. O sistema aristotélico é concentrado em seis textos que são conhecidos como Organon (instrumento) para o correto pensar.
A teoria compreende essencialmente que “é possível chegar a certas conclusões a partir de noções preliminares sobre um assunto específico”. O objeto da lógica é o silogismo que é o argumento constituído de proposições das quais se chega a uma conclusão. O exemplo clássico que resume o silogismo diz que “Todos os homens são mortais. Sócrates é homem. Logo, Sócrates é mortal”. Assim, a partir de duas verdades, chega-se a uma terceira verdade, ou seja, a conclusão.
Esta teoria é dividida em três princípios básicos que são os lógicos: o princípio da identidade, o da não-contradição e o do terceiro excluído. O princípio da identidade determina que uma proposição é sempre igual a ela, por exemplo, podemos afirmar que X=X. O da não-contradição, por sua vez, busca a especificidade e diz que algo não pode ser verdadeiro e falso ao mesmo tempo. Não se pode afirmar que um octógono possui e não possui oito lados, por exemplo. O princípio do terceiro excluído diz que não há terceira opção, ou seja, ou uma proposição é verdadeira ou é falsa. Assim, para Aristóteles, a razão humana é capaz de tirar conclusões se baseando em afirmações e negações anteriores.
No que diz respeito a busca pelas causas, o filósofo compreendia que as coisas
são o que são devido a sua forma. A forma é a explicação de cada coisa, a causa
de algo ser aquilo que é. E divide a causa em quatro diferentes e
complementares, segundo Oliveri:
1.
Causa material: de que a coisa é feita? No exemplo da casa, de tijolos.
2.
Causa eficiente: o que fez a coisa? A construção.
3.
Causa formal: o que lhe dá a forma? A própria casa.
4.
Causa final: o que lhe deu a forma? A intenção do construtor.
Assim, em sua metafísica, Aristóteles buscou investigar o “ser enquanto ser”, ou seja, compreender o que tornava as coisas o que elas são. Para ele, as características das coisas nos mostram as coisas como estão, mas não o que elas são. Nesse sentido, é preciso investigar “o que” faz as coisas existirem (as condições) e “como” são (aquilo que as determina).
Portanto, em
sua etiologia (ciência das causas), Aristóteles faz uma distinção importante
entre o Ato e a Potência. Ato é uma forma assumida por um ser em dado momento
segundo um fim inerente ao ser. Potência é aquilo em que é possível o ser se
transformar em virtude deste fim.
Ainda em sua
filosofia e em sua busca pelo que ultrapassa o que está simplesmente dado na
natureza, Aristóteles conclui que Deus é a causa do movimento do universo e não
o seu criador. Para ele, todo criador é um sonhador e, portanto, uma
personalidade insatisfeita, uma alma que deseja um ideal inalcançável e que
busca a felicidade, ou seja, uma criatura imperfeita. Porém, como Deus é
perfeito, não pode ser o criador e sim o motor imóvel do universo e fonte de
toda a ação.
Para o
filósofo, as outras fontes de movimento do mundo, uma pessoa, uma coisa, um
pensamento, são motores, mas também são movidas por algo. Assim, o carro se move
no asfalto, a mão move o volante, o cérebro move a mão, a vontade de chegar a
algum lugar move o cérebro e assim por diante. Deus, em contrapartida, como
primeiro motor, não pode ser resultado de nenhuma ação e sim a fonte de toda
ação. Sem paixões, imutável e perfeito.
*Vânderson Domingues é fundador do Papo de Filósofo®, psicanalista existencial, escritor e compositor.
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REFERÊNCIAS:
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em Platão e Aristóteles. [S. l.], 2014. Disponível em:
http://www.netmundi.org/filosofia/2014/a-metafisica-em-platao-e-aristoteles/.
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http://www.netmundi.org/filosofia/2017/aristoteles-cientista-da-antiguidade/.
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Aristóteles. Acesso em: 21 fev. 2019.
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CELETI ,
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